sexta-feira, 15 de maio de 2009

Rainha(s)…
Mulheres, disputas,

rancores, ironias, corações.

Fantástico, ou melhor, Fantásticas!!

Duas atrizes em cena (Isabel e Georgette) que promovem sensações e me parece querem atingir o público...provocar. A peça dirigida por Cibele Forjaz mescla passado e presente sem fugir do clássico de Schiller. Cenário simples, mas ao mesmo tempo requintado; camarim montado em ambos os lados do palco e ao centro um labirinto no chão no qual as atrizes e (as rainhas) se “perdem” e se “acham”.

Assunto/argumento tenso e áspero do clássico que envolve a trama das rainhas Maria Stuart e Elizabeth I (mulheres com desejos e angústias, bem como as atrizes) é articulado ao presente de rivalidade e disputa das duas atrizes em cena, tudo com muito bom humor. As atrizes são ao mesmo tempo personagens delas mesmas, além das personagens (rainhas). O que se vê é um intenso jogo de cena repleto de provocações entre as duas rainhas/atrizes e a nós platéia.
O público (das atrizes) e o privado (das rainhas) dão o toque e marcam a montagem. Outro aspecto marcante é o canto e o corpo. O canto das atrizes é acompanhado pelo som de um pianista ao fundo no centro do palco. Há momentos em que as cenas entre as rainhas ficam meio longas e dão um ligeiro cansaço, mas nada que prejudique intensamente a criatividade da montagem e a atuação das atrizes; se peca, peca pelo excesso na linguagem das cenas das personagens rainhas. Aqui penso que a montagem apostou bastante no entendimento do público sobre o clássico; o que me parece não ser a realidade (?!)
Há cenas em que Georgette dá show de interpretação, andando/correndo em círculos numa fala intensa e frenética que mescla com pequenas pausas, com roteiro forte, crítico; impossível nesse momento a platéia não ser contaminada pela sua energia (eu fiquei cansada por ela, que pique a mulher tem, incrível) e pelo roteiro que diz de nós freqüentadores dessa modernidade toda que nos tira o fôlego.


Para o que nos interessa em nosso trabalho, penso que a forma como na montagem é agregado elementos de voz e do corpo em cena, é mesmo interessantíssimo assistir a peça; valeu a solicitação Paula!! O trabalho não é nada estático, as falas são permeadas por muito, muito mesmo trabalho de corpo. As atuações das atrizes certamente não saem tão cedo da memória da platéia. Mesmo falando de rainhas, de disputas, guerra, a peça é sensível, singela.
Ah!! Quem não viu, vale a pena ver!!
Bjos
Lê Viscovini

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