47 do segundo tempo.
quase no final do começo do final da semana, venho, por meio desta, executar minha tarefa de casa. pois bem, vamos nós.
começa o espetáculo, os atores já iniciam atrás da cortina. como uma família hospitaleira de uma cidade interiorana que recebe (ou chega?) seus convidados. nos cumprimentam e seus cumprimentos me atraí por uma única coisa: a qualidade da presença. eu via corpos acesos.
eles estancam. olho para cada um e me atento às suas bases: o pé. fincadinho no chão do palco. cada um a seu modo - o que lhes davam individualidade (que provavelmente se reflete no modo que foi construído e constituído o trabalho.) enraizamento.
a peça de fato começa. o homem solta sua voz e sua fala compõe o corpo que a comporta. dançam voz e corpo; a flauta e a serpente.
ainda havia a outra música. esta era externa ao corpo, mas interna a estória (grafia autorizada por moi!) às vezes esta encantava por demais. às vezes, nessas horas, me perdia da estória. mas voltava à ela e lá estava: ainda corpo. ainda a voz.
a briga: uma briga dançada ou uma dança brigada? a fluidez fez o mistério de tostines; o ovo ou a galinha? - silêncio meu.
movimentos variáveis, que se alternavam de acordo com a contação, de acordo com o que a estória pedia. movimentos tensos, repentinamente relaxados, grandes e logo miúdos, frenéticos e de repente: stop.
falem agora (eu comigo, me dizia): e diziam. respiração normal. (que tipo de controle esses "atletas afetivos" alcançaram, dentro de suas trajetórias pessoais e coletivas?) com todo esse corpo de baile, a voz estava lá, nítida, presente. incansável.
uma estória me era contada. e a sei. pergunto-me agora: que estórias podem nos contar um corpo?
diogo
sexta-feira, 17 de abril de 2009
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