segunda-feira, 27 de abril de 2009

A fala sobre o corpo

“A fala sobre o corpo é uma fala-no-corpo sobre o corpo....
Corpo prévio a todo discurso,
porque o discurso é obra – poiética – do corpo-falando”
(Almeida, 2001, p. 27).

Ousemos falar do corpo. Talvez possamos nos arriscar a dizer sobre ele como se fora dele existíssemos ou sendo apenas uma fala provisoriamente sem corpo.
O que é um corpo afinal? Um homem? Como ele nasce? O que ele é? Seu prazer, medo, impulso, seu realizar, sua historicidade. O caso é que ele carrega muito mais do que somos capazes de abarcar, mas importa dialogá-lo, interpretá-lo e torná-lo de dentro-fora-dentro corpo vivo, corpo presente, corpo falante.
E eu sou um corpo! O que sou, fui, foram, há, está impresso em mim e manifesto em corpo. Minha forma, meu gesto, meu riso, meu saber das coisas, meu perceber do mundo, meu dizer no corpo, meu dizer do mundo no corpo que fala aos outros corpos.
Sem pensamento possível que alcance-o, existem palavras que o indicam, no mais: intuição... Poiética! O corpo é, eis o conceito, assim, meu e seu corpo são. Corpo imponderável. Sem linguagem possível que o defina ou que o capture, exceto a linguagem silenciosa dos corpos sendo, existindo, e no vivido dizendo o que, como, quando e porquê são.

Guimarães.

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