sexta-feira, 10 de abril de 2009

interrogação

Engraçado o começo do comentário da Cláudia ser sobre o riso. O texto do Mia Couto adaptado para teatro conservou a atmosfera delicada de temas pesados e o trabalho dos atores preservou a qualidade, que se espera cuidadosa, de quando é preciso falar da fome, do desemprego, da pobreza, do desejo inalcançável. O que fica é o ritmo, a música, a presença, o palco, o teatro, mas não a platéia. O incômodo que a arte provoca não foi sustentado, acho até mesmo que não foi apreendido, nem sequer percebido. O que ficou em mim foi uma pergunta: será que a gargalhada (desenfreada, descomedida e desgovernada) precisa ser sempre um sinal de julgamento de gosto?

Raíça Augusto

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